quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Das dores e quedas na vida

Tem época que é assim, a gente sofre sofre sofre como disco riscado no sofrer. É coisa que dói, mas dói demais. É dolorosa. E a gente tenta bancar o Maradona na copa de 86, driblar desde o meio de campo, vale tudo, até gol de mão. Mas não vale de nada.
Se joga em tudo quanto é presepada, ganha história pra contar, até inventa algumas pra dar uma colorida e nada. É sofre sofre sofre na vitrola e pela cidade a rodar o disco mais riscado que as lentes dos meus óculos que vivem caindo no chão, principalmente em dia de desespero e trançar de pernas nos porres da vida em busca de vida. E só morte se apresenta ao redor. Um cemitério cheio de zumbis, que não compreendem a dor, porque são alguém na noite. E lá vou eu, sendo ninguém no dia, na noite e à tarde. Tão solitária e tão pública na multidão. Spleen dessa cidade, São Paulo sombria e hostil aos que sorriem aos passantes, aos que abrem suas fronteiras e convidam para um café. Todos chegaram de Londres ontem. Preferem chá. Não com você que sorri, mas com aquele ali que não dá a mínima, porque se você se importa, não pode deixar ninguém saber.

Um comentário:

Thirsty for Words disse...

Ao tentar ir em frente no "trançar de pernas nos porres da vida em busca de vida" tem sempre alguém que se importa, mas não comigo. Só se incomoda com a expressão do meu sofrimento. Seguindo o protocolo infastigável: "porque se você se importa, não pode deixar ninguém saber".

(pq raios eu coloquei aquele s no infatigável eu não sei, mas gostei assim, não vou tirar)