segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Na Sarjetta EU posso até sofrer aos 33

Pesou. Os momentos que antecederam meia noite foram de tempestade. Cheguei à igreja do Calvário com medo de passar os primeiros minutos após a meia-noite diante daquele enorme portão verde. Dei sorte. O guarda-chuva não me guardou da chuva, mas o atraso do acaso me deu sorte e eu passeio os primeiros minutos dentro do lugar onde passei a maior parte dos últimos dez anos: o ônibus. Olhava pela janela e sentia o peso dos pingos que se desfaziam no chão como tantos dos meus sonhos, que já nem me lembro mais.
Pesou. Os 33 pesaram. A via crucis da volta pra casa na primeira meia hora dos 33. A fissura que fez de Fitzgerald um prato rachado que não se serve em jantares oficiais, mas que se pega de madrugada para comer biscoitos. Queria mesmo o jovem empolgado com a revolução jazzista de 1922.
Pesou, mas suave é a noite e enquanto "The Weight" gira na vitrola, eu como os biscoitos.

2 comentários:

Unknown disse...

Tudo passa, embora o instante de dor seja infinito: e assim sempre será.

Elias Mendes disse...

a dor-de-alma é a nossa doença até a morte