quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Balada para um Venusiano Aculturado

Ao contrário do que possa parecer, o nome Sarjetta não é sobre um lugar triste e deprimente. É como a Pasárgada do Bandeira, na Sarjetta eu sou amiga do Rei e a gente faz um roque com minha torre. Lá eu posso fumar o meu cigarro e jogá-lo num cinzeiro. Na Sarjetta eu posso muitas coisas, pois posso inclusive sofrer.
O lugar saiu de um poema que eu escrevi há uns dois anos. O poema se chama "Balada para um Venusiano Aculturado", que eu fiz para pessoas que, assim como eu, são românticas (Venus=deusa do amor), mas que se tornaram cínicos, bêbados importunando pessoas em um café escuro (o problema aqui está na falta de paixão, porque cínico bêbado apaixonado é legal), como na música da Joni Mitchell. Ou seja, foram aculturados por esse mundo cheio de convenções, correrias e caretices.

Balada para um Venusiano Aculturado

TAG TOC TB
psicose neurose deprê
é loucura
tarja Preta e parar de beber
se é loucura
jogue as bolas no ralo
vem ficar ao meu lado
NA SARJETTA
um convite ao prazer
você fala minha língua eu a sua
o som que soa que sua
e faz o corpo tremer
NA SARJETTA
tarja preta pra quê?
não foi enquadrado
família filhos cachorros e gatos
aquele belo retrato
em comercial de TV
o mundo o julga culpado
colecionador de fracassos
jogue tudo pro alto
eu espero por você
NA SARJETTA
a gente pode até sofrer
NA SARJETTA
é bem mais fácil viver.

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