domingo, 20 de dezembro de 2009

É difícil achar fã de Sérgio Leone solteiro

Era um vez na América, no Oeste. Era uma vez na Internet. Houve uma vez no útero. Quase nada em comum. Sérgio Leone poderia ser a única ligação, mas não era. Carinho, talvez. Admiração, por parte dela, certamente. Ele tinha o dom de aflorar seu lado negro da força sem a culpa cristã que os anos de colégio de envangélico tatuaram em seus atos.
Anos circulares os levavam ao mesmo lugar, um mesmo assunto, nunca repetido em seus diálogos. Diálogos nunca repetitivos, ainda que com o mesmo assunto. Deveriam guardar o que se disseram durante esses dez anos. Deveriam guardar o que dizem em papéis avulsos e jogá-los pelas ruas das cidades para que alguém pudesse ler o que um dia foi dito. Nunca se preocuparam em fazer isso. Falta de valor cinematográfico, na visão dele, provavelmente. Falta de valor literário, na dela.
 - Tudo bem?
- Não. Tô em crise. Acabei de terminar um relacionamento. Durou 20 dias.
- Bastante. A julgar que pessoas são insuportáveis.
- Não zoa. Eu gostava dele. Ele é fã de Leone. É difícil achar fã de Leone solteiro.
Ele dá uma gargalhada, faz com a cabeça que concorda e gosta da observação.
- Não me faça rir. O assunto é sério e você me pediu isso.
- É, eu sei. E você, como está?
- Em crise também. Perdi mais uma vez em meu nome e ganhei mais uma vez no nome de outra pessoa.
- Já pensou em adotar um pseudônimo?
- Não zoa. É importante pra mim. Bruce Wayne? Não, o Batman escolheu antes.
Ela ri. Silêncio. Ele brinca com seu suco de laranja. Ela toma mais um gole de vodka pura.
- Já teve a sensação de que os anos passam e você continua no mesmo lugar?
- Sempre. Em 2005, também perdi em meu nome, ganhei em paralelo com nome de outra pessoa. e 2006 também. E agora também, mas agora, sem namorada.
- Eu notei que está sem namorada. Quando namora, some.
- Pessoas são previsíveis.
- Acha que se as coisas começarem a dar certo a gente se reencontra?
- Não. Geralmente as pessoas se unem por desgostos em comum.
Desgostos em comum. O grande elo dos relacionamentos humanos. No caso deles, Sérgio Leone e a promessa de que um dia ela faria uma ponta nalgum filme dele. Não seria dona de uma taberna medieval para alliens boêmios, no espaço, como sempre sonhou, mas uma dona de bar destruído por super-heróis. Iria demorar. Muitos muitos anos. Seria bom, ele certamente se transformaria, até lá, em protagonista de um de seus livros, que poderia se chamar "Era uma vez um fã de Leone solteiro".

domingo, 13 de dezembro de 2009

Porque a gente às vezes se repete

Meus Medos

Nem Deus ou o Diabo
amor, próximo ou paixão
nada disso temo,
nada disso tenho:
os meus medos estão
nas coisas do coração.

O pulsar, bombear
colesterol, o bom
o cigarro, do mal
a gordura, o peso
deixar de ser obeso
Adrenalina, endorfina
queria mesmo um pico de heroína
na hipertensão arterial
levada em Raio X de Tórax
num eco, eletro que diz:
Cardiopatia - Apatia!
Isquemia  - função fática
faço conta na medicina matemática,
pois os meus medos estão
nas coisas do coração.

O mundo moderno
que se destrói por erros do antigo
coração é grande e cabe todos os mundos,
mas as leis naturais a todo momento
repetem : é a vida!
E eu pergunto: Isso é vida?
Comida sem gosto - saudável
Vida sem desgosto- impossível
são as leis naturais - nada de emoção
E os meus medos estão
nas coisas do coração.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

I'd still like to see you sometime

Em qual das muitas estrelas das muitas galáxias ele estará agora? Talvez as mesmas que brilhavam em seus olhos naquela tarde de céu estrelado. Quem sabe as que saíam de seu peito e brilhavam a rua enquanto planetas dançavam a seu redor ignorando a fila de carros que se formava. Fizeram de suas buzinas infernais, a mais bela canção silenciosa. A dança planetária o escondeu para sempre.  Procuro e não acho. Viajo à sua galáxia e não o encontro. Ele não quis me ver naquela noite de sol azul. Encontro marcado. Desencontro consumado. Fiquei esperando na outra ponta do céu.
Tantos anos depois, nada sobrou, a não ser as estrelas que recolhi após sua passagem e colei no teto do meu quarto.

sábado, 28 de novembro de 2009

Pensadora

Esse desenho foi feito pruma jam de desenhistas com o tema Estátua.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Das dores e quedas na vida

Tem época que é assim, a gente sofre sofre sofre como disco riscado no sofrer. É coisa que dói, mas dói demais. É dolorosa. E a gente tenta bancar o Maradona na copa de 86, driblar desde o meio de campo, vale tudo, até gol de mão. Mas não vale de nada.
Se joga em tudo quanto é presepada, ganha história pra contar, até inventa algumas pra dar uma colorida e nada. É sofre sofre sofre na vitrola e pela cidade a rodar o disco mais riscado que as lentes dos meus óculos que vivem caindo no chão, principalmente em dia de desespero e trançar de pernas nos porres da vida em busca de vida. E só morte se apresenta ao redor. Um cemitério cheio de zumbis, que não compreendem a dor, porque são alguém na noite. E lá vou eu, sendo ninguém no dia, na noite e à tarde. Tão solitária e tão pública na multidão. Spleen dessa cidade, São Paulo sombria e hostil aos que sorriem aos passantes, aos que abrem suas fronteiras e convidam para um café. Todos chegaram de Londres ontem. Preferem chá. Não com você que sorri, mas com aquele ali que não dá a mínima, porque se você se importa, não pode deixar ninguém saber.

sábado, 14 de novembro de 2009

Como tem evento literário!

Quando eu fazia faculdade de Letras não tinha tanta festa literária. Tinham as bienais. A de SP era bom, era ótima, por questões que eu não posso declarar publicamente. Chama pro bar que eu conto detalhes e dramaturgias. Depois de um tempo deixou de ser tão boa.
Agora toda hora é uma novo evento ou festa literária nalgum canto. É festa em Paraty, Ouro Preto, Recife, Porto de Galinhas, Balada Literária em São Paulo, feira de livro não sei NAONDE, evento livro-festival de música, evento livro-festival de cinema. E lançamentos. Muitos lançamentos. E escritores. Hoje em dia existem mais escritores que nos tempos de Machado, tempo que não tinha luz, tv, cinema e livro e jornal eram os grandes meios de comunicação. Talvez porque naquele tempo nem todo mundo sabia escrever. Talvez porque a internet, tão multimídia, popularizou a escrita e o povo descobriu que nem é tão sagrado assim juntar letrinhas. Isso é bom. Por outro lado, são tantos autores que eu não consigo acompanhar. Chegam pra mim e dizem: quem é o melhor escritor contemporâneo? Eu faço cara de intelectual de botequim e respondo: Não sei, contemporaneidade nos meus tempos da USP significava os contemporâneos de Antonio Candido, Alfredo Bosi...
Não sei todos esses nomes, não sei quem é quem, troco os pronomes, tem gente que acho que é mulher e é homem, tem gente que acho genial, mas quando chego na página dois, desisto. Gosto mesmo de Luis Fernando Veríssimo. Ele é contemporâneo ou só vivo? Tem diferença? O escritor faz. Tempo certo de humor. Ironia fina. Queria ser ele quando crescer. Nunca vou crescer.
Gosto de Xico Sá. É contemporâneo também? Faz parte do tal grupo de Novíssimos? Os termos que ele usa e o jeito de corpo das letrinhas juntas e nas entrelinhas não têm nada de novo, ainda bem! Novo tem cara de politicamente correto. Tem cara de carão blasé londrino que nem peru bêbado e alce epiléptico chamam atenção.
Gosto de Jorge Malcher. Ele nunca lançou livro, que eu saiba, mas é um dos melhores escritores que eu já li. É contemporâneo não lançar livro ou contemporâneo é lançar? É contemporâneo ser genial ou isso é século XX demais? Nunca sei essas coisas, só sei que Jorginho é um escritor vivo, novíssimo e meu contemporâneo favorito. Mas ele nunca está em nenhuma programação de evento literário, ainda bem! porque evento literário é muito chato!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Todo meu despreparo

Vi o rapaz chorando no ponto de ônibus. Chorava por amor. Vi, especialmente, seus olhos seguindo a amada, quando ela, após uma briga, entrou no ônibus. Vontade de consolar. Vontade de chorar com ele. Queria ser capaz de chorar em público e denunciar todo meu despreparo.

domingo, 8 de novembro de 2009

Quantos aniversariantes novembro me reserva

Toda hora um novo aniversariante para novembro aparece nos avisos das redes sociais. Sou sociável nelas. Adiciono a todos. Não socializo nelas. Tenho conta em quase todas. Quase todas me indicam amigos que eu deveria adicionar por termos amigos em comum. Nenhum amigo em comum eu conheço. Só tenho, de fato, amigos incomuns.
Gosto mesmo dos fakes. Até os fakes pornô do twitter tentei interagir, mas fui solenemente ignorada. Uma pena.
Tava aqui pensando, será que eles fazem aniversário em novembro?

sábado, 31 de outubro de 2009

Joni Mitchell

"all romantics meet the same fate someday, cynical and drunk and boring someone in some dark cafe" - esses versos de The Last Time I Saw Richard, que um amigo utilizou para me definir, também serviram para que eu conhecesse a obra da Joni Mitchell. Assim como à personagem da Ema Thompson no filme "Simplesmente Amor", ela me ensinou a sentir. Cínica, bêbada, importunando pessoas num café escuro sim, mas com recaídas românticas em noites de lua cheia em que as estrelas rompem a poluição de São Paulo e sussurram ao meu ouvido que eu ainda sou capaz de beber uma caixa de uma paixão e continuar sóbria.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quadra da Mini-Saia Agredida

Nas revistas TV e carnaval
Mostra-se tudo, especialmente a boceta
Nas universidades, belas pernocas de fora
Mostram um futuro pra lá de careta
Salvar agora

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Animais

"Um galo sozinho não tece uma manhã", mas acorda o Mineirão. (em "" verso de João Cabral)

***
"Muito mais ainda lutaram os porcos para neutralizar(...) o corvo doméstico." (A Revolução dos Bichos, George Orwell)

***
Inter lançou uma segunda mascote. Um macaquinho q parece um Mico.Se eu não me engano, pouco depois de contratar Mário Sérgio.
 ***
Se eu não me engano tbm, no Novo testamento São Paulo foi o único q ñ testemunhou o milagre da multiplicação dos Peixes.

  

domingo, 18 de outubro de 2009

Domingo

Eu já expressei um milhão de vezes minha aversão por domingo. Não importa se tenho que trabalhar na segunda ou não. Aliás, gosto mais de segunda-feira que Domingo. Até fiz um vídeo contando o quanto odeio domingo.
Tem uma tirinha do Veríssimo, As Cobras, em que num diálogo uma delas diz que a Terra é redonda e chata nos pólos e a outra arremata: "e nos domingos sem futebol."
É, ao menos tem futebol aos domingos. Ainda assim, prefiro quando o Fluminense joga no sábado ou na quarta-feira. Aliás, adoro ir ao estádio às quartas.
Hoje então, que fiquei sozinha em casa, sem poder sair, o domingo ficou mais aflitivo que jogo do Náutico nos Aflitos. E pra chorar de vez na triste domingueira nitiana, o Fluminense empata no Maracanã com o Internacional. Tá, poderia ser pior e o tricolor perder, mas não numa rodada em que a zebra tava solta e até o Sport desencantou na Ilha do Retiro.
Não sei de onde vem esse banzo dominical, o fato é que até churrasco com os amigos e aqueles almoços tão adorados me causam verdadeira aflição se são feitos no domingo.
Pois é... odeio domingo. Merda de dia chato!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Folha em Branco

A folha em branco da minha cabeça não quer ser preenchida por palavras. Não pelas minhas. As dos outros ecoam o tempo todo.
Fiquem com uma imagem. Dizem que uma vale mais que mil palavras...


domingo, 11 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Hoje tem Corinthians X Flu

Esse desenho era prum lance que eu não consegui fazer em tempo. O tema era livro, aí aproveitando que o Corinthans joga hoje contra o Flu (choro compulsivo pelo meu tricolor), coloco aqui o desenho:


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Oimpíadas

O bondinho do pão de açúcar me levou ao Olympo
Zeus chorava de emoção
Uma grande oportunidade de participar do carnaval
sem que Momo e Dionísio reinassem únicos
Sem ter que se disfarçar de Anfitrião.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dando baixa em embaixada


Por que todo mundo que é contra o Zelaya aqui no Brasil é meio tucano, meio DEM? Eles deveriam ser a favor, afinal, o FHC também fez uma medida inconstitucional quando fez aquela jogada com o congresso pra reeleição. Se vocês não se lembram, a nossa constituição de 1988 não tinha reeleição, tinha mandato de 5 anos para o Presidente da república, tanto que o governo Itamar Franco, após a impugnação do mandato do Collor, ficou até 1994. Collor foi eleito em 1989, pra quem não se lembra também. Eu me lembro bem dessas duas datas, porque 1989 foi o primeiro voto para presidente de milhares de brasileiros e eu votei pela primeira vez na minha vida, em 1994.
Talvez seja porque o Zelaya fez um plebiscito e o FHC fez medida para o congresso decidir. Se o congresso diz sim não é inconstitucional, se o povo diz sim, aí é. Pensando agora, talvez seja mesmo, diante do papelão protagonizado por quatro dos seis deputados brasileiros que foram a Honduras. Afinal, quem disse sim a esses deputados foi o povo e os colocaram lá no congresso nacional. Ter um encontro regado a vinho e risinhos com uma pessoa que proclama estado de sítio num país, que ameaça a integridade da  embaixada brasileira é, na minha opinião, pra lá de  inconstitucional.
Mais informações sobre, clique aqui: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/heloisa-villela-o-que-mais-me-chocou-foi-o-encontro-de-deputados-com-micheletti/

Um Adeus a Mercedes Sosa



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pesquisa

Hoje telefonaram aqui em casa para fazer uma pesquisa sobre a administração municipal e do governo do estado de SP.
A porcetagem de ruim/péssimo aumentou com minha opinião. Fui perguntada sobre o governo Lula, também. A princípio relutei na resposta, mas diante da administração Serra/Kassab respondi que achava a administração do Lula boa. Nessas horas, apesar das críticas que faço, é preciso salientar que o governo federal tem feito medidas menos danosas e tem planejado melhor suas ações.
Uma coisa me chamou a atenção, nessa pesquisa. Todas as alternativas que me davam, quando perguntavam sobre soluções das enchentes, por exemplo, havia pelo menos duas alternativas de punição à população por jogar lixo na rua, ou culpando a população pelas enchentes. Em nenhum momento me foi dado alguma alternativa de punição aos administradores. Aí eu pergunto: já não somos suficientemente punidos por suas péssimas administrações? Ainda precisamos levar a culpa (e multas!) por fumar, por não ter onde jogar lixo, por árvores que caem ou por perder tudo em enchentes?
Por que não há alternativas de planejamento habitacional, despoluição de rios, drenagem e aumento POTENCIAL de áreas verdes na capital? Por que não há alternativas de planejamento correto das verbas municipais para que não seja necessário cortar verbas de serviços essenciais?
Por que até as alternativas dessas pesquisas são tendenciosas?
Essa política do "bandido é você" e tem que pagar por isso, parece realmente ser o ponto central desse governo. E, infelizmente, parece agradar à classe média paulista que há 20 anos mantém o PSDB/DEM no governo do estado e há 6 na prefeitura.
Havia também a alternativa de não culpar ninguém, porque enchente é coisa que acontece, é coisa da natureza. Alternativa escolhida pelo nosso governador, dia desses, se não me engano, já que não dava pra acusar o seu antecessor, como fez o prefeito, pois são do mesmo partido. Aliás, quando o prefeito culpou sua antecessora, foi cômico, afinal, ele está administrando São Paulo há mais tempo que os 4 anos que foram dados a ela, se há soluções administrativas para isso, por que não as fez nesses 6 anos, não é mesmo?

Twitter

Eu relutei, achava besta, não entendia para que servia, mas depois me rendi e fiz um. Achei divertido. São 140 caracteres e pessoas divertidas para seguir.
Só esse lance de seguir que ainda me deixa meio confusa. Há anos atrás eu teria pavor se soubesse que tem gente me seguindo, hoje comemoro quando recebo um email avisando que tem um novo seguidor...
http://twitter.com/nitimerhej

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Rockstrella

Rabiscando na sala de espera

O desenho é só um rabisco, feito na sala de espera da terapia. Foi feito há um tempo, mas ando me sentindo um tanto paranóica ultimamente, como naquele dia. Para ler, já sabem, tem que clicar na imagem.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Rockstrella


Resolvi imitar o MEO AMIGO JORGINHO.

sábado, 5 de setembro de 2009

Manhãs de Setembro

Essa canção belíssima da Vanusa começou a liderar a programação da minha rádio cabeça desde que setembro chegou. Não sei se foi por conta do hino nacional tão comentado, não sei se foi por conta da discussão em cima do hino e do real valor da Vanusa como cantora que, como quase tudo nesse país, foi esquecido. Talvez seja mesmo, só porque estamos em setembro e "fui eu que consegui ficar e ir embora".

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Esperando na bilheteria

Quando me ofereceram o frila que eu estreei hoje, topei na hora em que disseram "bilheteria". Sim, eu estou bilheteira, só por causa da música Luzia Luluza do Gilberto Gil. Estou lá, esperando o Gil descer do táxi com sua fantasia de papel crepon.
Enquanto ele não vem, eu fico me divertindo com o pessoal que trabalha nas redondezas da General Jardim, Rêgo Freitas e ainda consigo passar no Bar B e ver o que tá rolando.

domingo, 30 de agosto de 2009

Eu vejo tudo enquadrado

Comprei uma máquina fotográfica e fico tirando foto de tudo desde então. Ainda não peguei o jeito de corpo dela, mas tenho me divertido muito enquadrando o mundo para além dos aros roxos dos meus óculos.

sábado, 29 de agosto de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Manhê eu tô no Tupanzine...

Então, chegaram meus Tupanzines. Todos os meus recados pro Tubá foram publicados. Emocinei... tanto que fiz uns quadrinhos. Não amei o resultado, mas até que reproduzi maizomenos a camiseta dos Stones que eu comprei lá em Brasília.
Enfim, ficou assim (tem que clicar na imagem pra conseguir ler):



Ah! Se você não sabe o que é Tupanzine, procura no Google, tá cheio de coisa sobre. Tem até dissertação de mestrado.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Balada para um Venusiano Aculturado

Ao contrário do que possa parecer, o nome Sarjetta não é sobre um lugar triste e deprimente. É como a Pasárgada do Bandeira, na Sarjetta eu sou amiga do Rei e a gente faz um roque com minha torre. Lá eu posso fumar o meu cigarro e jogá-lo num cinzeiro. Na Sarjetta eu posso muitas coisas, pois posso inclusive sofrer.
O lugar saiu de um poema que eu escrevi há uns dois anos. O poema se chama "Balada para um Venusiano Aculturado", que eu fiz para pessoas que, assim como eu, são românticas (Venus=deusa do amor), mas que se tornaram cínicos, bêbados importunando pessoas em um café escuro (o problema aqui está na falta de paixão, porque cínico bêbado apaixonado é legal), como na música da Joni Mitchell. Ou seja, foram aculturados por esse mundo cheio de convenções, correrias e caretices.

Balada para um Venusiano Aculturado

TAG TOC TB
psicose neurose deprê
é loucura
tarja Preta e parar de beber
se é loucura
jogue as bolas no ralo
vem ficar ao meu lado
NA SARJETTA
um convite ao prazer
você fala minha língua eu a sua
o som que soa que sua
e faz o corpo tremer
NA SARJETTA
tarja preta pra quê?
não foi enquadrado
família filhos cachorros e gatos
aquele belo retrato
em comercial de TV
o mundo o julga culpado
colecionador de fracassos
jogue tudo pro alto
eu espero por você
NA SARJETTA
a gente pode até sofrer
NA SARJETTA
é bem mais fácil viver.

Chove lá fora e aqui eu tô ouvindo Amelinha cantar Zé Ramalho

Amelinha cantando Zé Ramalho é tipo a Joan Baez cantando Bob Dylan. Eu ainda não decidi, comigo mesma, se o Zé é o nosso Dylan ou o nosso Lou Reed. Podem dizer que é heresia, eu não ligo. Podem dizer que a comparação é absurda, mas eu não acho. Ele tem aquele jeito apocalíptico de cantar falando, no melhor estilo Lou Reed. E eu prefiro o Zé cantando Dylan, ainda que versões, que a Malu Magalhães e o Vanguart juntos cantando no original. Sem falar que o cara é puro Rockn´roll, até garoto de programa já foi! Em pensar que outro dia li uma declaração do Zé Ramalho em que ele diz que hoje em dia ele não conseguiria espaço algum no showbizz por causa de sua aparência. Antigamente ele conseguia até clientes... Bons tempos? Não sei, mas pelo menos o Zé Ramalho taí pra gente ouvir.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sapucaí/Fevereiro 2009 e Bloco das Emílias

Então, o scanner meio deixou os desenhos esquisitões, sabe? Eu não curti o que rolou com eles... Nem vai dar pra colocar aqui, acho melhor tirar umas fotos e eu coloco.
Mas enquanto isso, vocês podem ficar com o desenho da camiseta do Bloco das Emílias e Viscondes desse ano, que fui eu que fiz:

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Assassinado Euclydes da Cunha

Há cem anos, o autor de "Os Sertões" era assassinado. Você pode ler a notícia no
blog do Estadão que publica notícias do passado. Peguei a dica no blog0news.

Amanhã, se os deuses conspirarem ao meu favor e a preguiça me abandonar, publico alguns traços feitos no carnaval do Rio de Janeiro, em fevereiro desse ano de 2009. Tem também uns rabiscos feitos no projeto "Parcerias: A Voz da Poesia", que eu preciso pensar se vou colorir no computador ou fazer em aquarela, ainda não decidi e fico enrolando. Assim que estiverem prontos, coloco aqui e conto os porquês dos desenhos.

Por enquanto, fiquem com Zé Sarney, que há quase um século está por aí, na vida política e ocupa a cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.

Essa foto eu roubei do perfi de um fake no orkut.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A fusão comercial de Esparta e Atenas

Ultimamente tenho tido a sensação de que Esparta e Atenas se uniram, numa dessas fusões comerciais, e criaram uma rede infinita de Academias Corpus e Casas do Saber.

Todos cultos e sarados. Todos iguais. Quase que saídos de uma novela do Manoel Carlos.

domingo, 9 de agosto de 2009

Beto Só e Meus Olhos

foto marcio martins

Em 2006 eu estava procurando inspiração para montar um banner para a sessões de vídeo que a gente ia fazer, lá na Biblitoeca Monteiro Lobato, sobre o dia da mulher, e acabei achando uma música chamada "Meus Olhos". O nome era "O cinema brasileiro sob o olhar feminino", por isso acho que digitei algo como olhos ou só olhos no google e acabou saindo a música do Beto Só. Eu não conhecia a música, nem sabia da existência do cantor. Gostei, baixei e quando estive em Brasília, trouxe na bagagem o disco novo dele, que não tem "Meus Olhos", mas eu confesso que gosto mais desse segundo trabalho do Beto que do primeiro. Quanto ao banner, eu usei essa foto aí, dos meus olhos mesmo. A música inspirou...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Voz da Poesia meia volta Volver tão Só

Amanhã é o último encontro do projeto Parcerias: A Voz da Poesia com as participações de Kleber Albuquerque e André Sant’Anna. Mais informações aqui e aqui.

Eu vou e você? Os caras são ótimos. Vi o show no Inflamados há umas semanas e adorei.

E eu não fui ver Volver de novo. Por que eu nunca consigo ver o show deles, hein?
E por que nunca tem show do Beto Só em SP, hein?

Depois falo mais de Beto Só e Volver.
Depois falo mais do projeto A Voz da Poesia também.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Carteiro e o Poeta

Há umas duas semanas eu descobri que o carteiro lê os postais que recebo e também os remetentes das cartas e encomendas. Eu havia comprado o livro "Música" do poeta maranhense Celso Borges. Comprei diretamente com o autor que agora mora em sua terra natal e por isso me enviou pelo correio. Quando chegou a encomenda e eu desci pra buscar, comentei com a namorada do meu primo, que estava aqui em casa: "Ah, é o livro..." fui interrompida pelo carteiro que disse: "É, isso, Celso Borges, Maranhão." Eu achei meio estranho, mas até aí tudo bem. E daí que ele repara no remetente, afinal, todo mundo tem curiosidade. Só que depois que eu assinei, porque era carta registrada, o carteiro, ao ver meu nome de fato, não o apelido Niti, perguntou sobre meus cartões postais e ainda fez uma piadinha sobre o conteúdo deles, retomando uma história, de alguns anos atrás, extramente íntima. Claro que a história não foi escrita nos postais, o carteiro leu apenas códigos e brincadeiras compreendidas apenas por mim e o remetente, mas ainda assim me senti exposta. Eu fiquei tão atordoada que além de esquecer de enviar um email ao Celso Borges comunicando que o livro havia chegado, acabei escrevendo um poema sobre o assunto. Segue o poema ainda sem título:

das montanhas andinas
às asas de brasília
praias nordestinas
santos de juazeiro
que chegam a petrolina
crianças indígenas
em igrejas católicas da bolívia
e a música livro
que me chega
de são luíz do maranhão
postais remetidos do Rio
de janeiro a dezembro
com o mesmo destino
escrito nos cartões
lidos pelo carteiro
antes de chegarem à minha mão

o que o carteiro diria
se soubesse
que a criança indígena
mora ali na esquina
numa asa quebrada da paraíba
e as praias nordestinas
são os desertos concretos
de uma beduína
presa numa torre feita das pedras
brancas peroladas de Arequipa
E o que o carteiro diria
se soubesse
da imensa solidão
contida na pergunta que fez
relembrando um violeiro
sob a sombra do juazeiro
nas ruínas de machu pichu
cantando o desejo
guardado em mim
de que os lençóis maranhenses
fossem feitos de retalhos de cetim*.

* tava ouvindo Retalhos de Cetim do Benito Di Paula quando soube da história.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Culpa da Luze

A dona Luze botou pilha pra eu fazer um novo blog e ela apagou o i love gororobas.
Não se deve confiar na colônia cuiabana. Definitivamente.